Elizabeth Lopes, diretora teatral ligada aos movimentos de experimentação dos anos 90, tem uma trajetória que registra ativas incursões cênicas a partir de adaptações de textos literários.
Após formar-se em artes cênicas na Universidade Federal de Santa Maria, Beth desloca-se para a França, onde prossegue uma formação em clowns, bufões e antropologia teatral. Transferindo-se para São Paulo, realiza sua primeira criação junto ao grupo Boi Voador , em Observatório, baseado na novela de Julio Cortázar, com adaptação de Jayme Compri, em 1989.
Sua criação mais original ocorre um ano depois, com outra transposição literária:O Cobrador, de Rubem Fonseca, montado com a Companhia Teatro em Quadrinhos, realização bem sucedida que apela fortemente para os códigos das HQs.
Em 1992, a realização de Os Brutos Também Amam, adaptação de Luís Cabral, baseada em texto homônimo e na transposição cinematográfica da obra, direção de George Stevens, não obtém os mesmos resultados. Aventura-se por um desconhecido texto de vanguarda, O Imperador da China, de George Ribemont-Dessaignes, imprimindo fortes marcas cubistas e futuristas à realização, em 1994. No mesmo ano, encena Violeta Vita, de Luís Cabral, espetáculo bem sucedido, retratando um caso de amor entre duas escritoras da aristocracia inglesa no começo do século XX, com as atrizes Claudia Schapira e Lu Grimaldi. Nos anos subseqüentes encontra-se à frente de realizações escolares apresentadas no circuito regular, com destaque para Em Lugar Algum, adaptação do livro Tempo de Despertar, de Oliver Sacks, espetáculo que vai a França e Edimburgo, em 1998, ano em que encena À Margem da Vida, de Tennessee Williams, numa produção que destaca Regina Braga como protagonista.
Suas últimas realizações incluem O Jantar, de Luís Cabral, em 1999; Silêncio, de Tom Stoppard, em 2000; São Paulo é Uma Festa, de Fernando Bonassi.
Desde 1997, Beth Lopes é, também, professora de interpretação do Curso de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA/USP.
Em 2005, encenou Quarteto em Diagonal, baseado no Quartet de Heiner Müller (CAC/USP); Merlin, de Tankred Dorst e adaptação de Silvana Garcia (EAD/USP) Cuidado, Frágil!, a partir do tema - crimes contra a humanidade, composto de fragmentos de textos literários e jornalísticos.
Como recente atividade intelectual, escreveu e organizou o dossiê sobre o ator para a Revista Sala Preta, do CAC/ECA/USP. Em 2006, ganhou uma bolsa de pós-doutorado para desenvolver uma pesquisa intitulada Corpo, espaço da memória.
E no teatro profissional, em 2006, como diretora e produtora junto à Cia de Teatro em Quadrinhos encenou Na Pele de Josef K construído a partir de cinco contos de Luis Cabral e de fragmentos de fatos reais.
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